sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um segredo bem guardado...



Venho contar uma história que poucos sabem e ficou por contar, este é um segredo bem guardado, mas hoje irei contar-vos toda a verdade! Nunca ninguém teve coragem de a contar em voz alta e como sou dessas pessoas, limito-me a escrevê-la. Eu ouvi-a da boca de pessoas mais velhas, mas essas não tinham medo nenhum, eram rijas como tudo... Esta história trata-se de uma história de amor, passada já à muito tempo, ainda os animais falavam como gente, é a história de amor entre o Sol e a Lua. E como todas as histórias têm de começar por “era uma vez”(senão nem teriam o mesmo sabor), assim começo a minha...
 Era uma vez uma paixão que crescia de dia para dia, nunca antes se vira tão grande amor, como o Sol amava a Lua!...Naquelas manhãs de Verão, ela ficava até mais tarde a olhá-lo nascer e é claro, quem os via da terra, de cá debaixo, viam logo que havia ali qualquer coisa entre aqueles dois, nas bocas dos mais velhacos é claro, saíram logo cusquices e mexericos, mas o Sol e a Lua não queriam saber, até que numa dessas manhãs, o Sol pediu a Lua em casamento, e ela, ela aceitou claro!
 E lá tornaram as más bocas a falar, as Estrelas até inventaram que o Sol já era casado, mas claro, isto foi tudo a mando da Manhã, aquela ranhosa sempre gostou do Sol, porém a Lua sabia que era mentira. E passou-se o tempo, era o último dia de Verão, e esta noite o Sol e a Lua iriam ficar juntos para a eternidade...Últimos arranjos, uma coisita aqui, outra acolá e lá passou a tarde num ápice, ia chegando a Noite vestida de preto, cobrindo o chão de cristais reluzentes e com ela vinham as Estrelas a cintilar que nem umas loucas só para verem como estava a Lua vestida(teriam medo de não ser o centro das atenções mas quem ia àquele casamento não ia para as ver de certeza, só se fosse o Vento, porque ele segredou à Chuva que o único problema delas eram ser umas mexeriqueiras,mas que ele até lhes achava alguma graça).
 Finalmente ouve-se uma melodia, sapos, grilos e pássaros estavam agora em perfeita sintonia, dava-se a entrada da noiva, mas algo estava errado, então e o noivo, onde pára o noivo? Mantém-se tudo calado a ver a Lua entrar. Vestida de branco, como símbolo da sua pureza, vinha cheia de brilho no seu vestido rendilhado e com muitos folhinhos, como os vestidos das princesas, aquele era o seu momento de glória, todos os olhares estavam postos nela (ao que as Estrelas não acharam muita piada), até que por fim, ela se vê sozinha no altar. Quem lhe prometera o céu, o universo, não estava ali para lhe dar um mero “Sim, aceito!”. De repente a Chuva solta um choro continuo, os convidados começaram a ir embora, dizendo á Lua que lamentavam o sucedido e também muitos começaram a falar mal do Sol, pensando que isso iria acalmar a dor enorme pela qual ela estava a passar. E só os bons amigos ali ficaram para a apoiar, este sim era um amor incondicional.
 O Tempo, que maroto, sempre nos prega partidas e então corre desvairado que até parece que vai apanhar o comboio e com ele tudo evolui, as pessoas só se atrevem a falar do Sol ou da Lua na televisão quando apresentam a meteorologia, mas no fundo eles conhecem bem esta história, mas ninguém toca nela porque deixou muitas feridas por curar e depois há aquelas pessoas que se atrevem a dizer: “Nunca mais vem a Chuva!Já estamos fartos de Sol.” Mas agora pensem bem, se continuamos a ter Sol, a ter Verão, a ter manhãs em que a Lua fica até mais tarde no céu, será que a Lua o perdoou? O que lhe terá acontecido para não ter aparecido no casamento? Se fez de propósito para não ir, porque é que pediu a Lua em casamento? Porque é que não se sabe o resto da história? Coisas que vão ficar por saber, porque acabou de passar uma rabanada de vento que levou a folha onde eu tinha as respostas escritas, se calhar não estavam destinadas a ser reveladas....

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