Era uma vez uma família feliz, como muitas outras. Pais advogados 12:00 horas por dia, e filhos estudantes. Pouco tempo tinham uns para os outros, mas a ausência dos pais era compensada com roupas de marca, e viagens de férias para o Hawai. Seria assim para sempre?
Um dia o pai telefona para a escola que os dois filhos frequentavam para dar autorização às crianças para saírem mais cedo. Ao chegarem a casa, viram o pai com cara de caso e perguntaram-lhe o que é que se passava e porque é que a mãe não estava. Em tom mansinho, o pai responde:
-Filhos, meus queridos, a vossa mãe está no hospital…
O espanto dos filhos foi grande, mas pela primeira vez, o pai estava com paciência para os esclarecer sobre tudo. O que se passava era que a mãe das crianças tinha um cancro muito avançado, este era o mesmo da qual sofria a avó deles e que a acabou por matar.
Naquele preciso momento, a vida desta família tinha acabado de mudar radicalmente. Seria o dinheiro suficiente para atender aos caprichos dos filhos e pagar todos os tratamentos que a mãe precisava? Não, não chegava. Por três longos meses as crianças habituaram-se a usar roupas sem serem de marca, as viagens para o Hawai saíram das suas listas, mas o tempo e a paciência começaram a ser utilizadas. O pai já era pai presente e os filhos tornaram-se mais humildes, e até aprenderam a rezar a Deus para que protegesse a mãe. A treze de Março, o médico deu a maravilhosa notícia de que tinha sido retirado o cancro à mãe, definitivamente. A felicidade era tanta que esta família nem cabia em si de contente. Depois de terem dado alta à mãe, esta família teve uma conversa. Como estas crianças não tiveram os “mimos” habituais, os pais queriam recompensá-los e perguntaram o que é que queriam. E sabem a resposta? Nada, os meninos não queriam nada, disseram que eram muito mais felizes sem caprichos e riquezas, só queriam a atenção dos pais 24:00 horas por dia. A humildade destas crianças era cada vez maior, a vida desta família nunca mais foi o que era.